GRAÇA NO JARDIM

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” Gén. 2:7
É o sexto dia da primeira semana do muno, e Deus quase acabou o Seu trabalho. Restam-Lhe uma ou duas coisas para fazer, e deixou o melhor para o fim. Agora, o ambiente está preparado para o acto coroador da Criação. Os santos anjos observaram, maravilhados, desde o primeiro dia, quando o grande Deus do Céu Se manifestou no meio do nada e disse ao nada: “Haja luz, e houve luz” Gén. 1:3. o salmista diz: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca.” “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” Sal. 33:6,9.
Mas agora o Senhor Deus usa um método diferente. Desta vez, Deus não falou. Em vez disso, curva-SE e apanha uma mão cheia de terra e, com ela, começa a moldar o homem. Ele desenha e organiza; esculpe e esboça; dá forma e consistência. Os Seus braços envolvem um enorme busto. Os Seus dedos estendem um minúsculo vaso capilar. E o Seu génio criativo forma um organismo glorioso, com sistemas interligados – endócrino, muscular, esquelético, linfático, pulmonar, respiratório, digestivo, neurológico, cardiovascular. “De modo terrível e tão maravilhoso fui formado.” Salmo 139:14.
Na coroa de tudo isso, Deus cria um órgão para raciocinar, coberto por uma camada ondulante de matéria cinzenta. Aí será a sede da inteligência, o centro dos poderes do raciocínio e da compreensão, da criatividade e da linguagem.
Em seguida, com a construção completa e com tudo no seu lugar, o Grande Criador, Ele mesmo não criado, faz uma pausa e inala profundamente. Agora curva-SE ainda mais, colando o Seu rosto à terra, e sopra nas narinas daquela estrutura feita de pó. E o peito expande-se, quando os pulmões de dilatam, os nervos geram sinais, o coração palpita, o sangue circula, as células activam-se, o pó torna-se carne, o cérebro torna-se mente, e o homem torna-se um ser vivo.
E a questão cosmológica é respondida, antes mesmo de começarmos a nossa investigação. Não é através do raciocínio que a verdade da Criação é conhecida. Não é uma conclusão científica. A Ciência não pode substituir Deus, porque a Ciência não se criou a si mesma. É uma falsidade e uma confusão de ordem fazer do derivado original e do Original derivado. A Ciência é o nosso guia no meio das coisas tal como elas são, mas não tem explicação para as coisas serem como são. Ninguém tem o direito de ser dogmático acerca de coisas que só podem ser conhecidas por revelação divina.
E é pela revelação, não pela razão, que ficamos a saber o que a Bíblia nunca tenta provar: que o mundo foi criado em seis dias literais de tarde e manhã, nos quais Deus não dependeu de matéria pré-existente. É uma verdade que não se presta a uma investigação intelectual. Não é uma descoberta; é uma crença. Não é uma dedução; é uma confissão. “Pela fé”, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus foram criados; de maneira que, aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb. 11:3.
Este mundo é do nosso Pai e na Criação, como na Redenção, o Seu trabalho estava completo. Assim como Deus não deixou que a Redenção fosse terminada por processos religiosos, também não deixou que a Criação fosse terminada por processos naturais. Quando a expiação foi completada na cruz, Jesus exclamou: “Está consumado!” João 19:30. e quando a Criação foi concluída no sexto dia, “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” Gén. 1:31. Da terra ao céu, dos animais aos seres humanos, do mar ao mar de vidro, Deus fez tudo. Este mundo é do nosso Pai!
Este é, portanto, o glorioso começo da família humana, saída da mão de Deus – cheia de promessas e cheia de possibilidades. A graça salvadora estava em reserva, pois ainda não tinha sido necessária. O perdão ainda não tinha aparecido, porque não havia nada para perdoar. Mas a fé tinha se ser provada.
Curiosidade Fatal.
“Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, a agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu, também, ao seu marido, e ele comeu com ela” Gén. 3:6.
A queda de Eva começou quando decidiu fazer a sua própria investigação. Este foi o primeiro afastamento da confiança total na palavra de Deus. Deus nunca tinha dito que o fruto da árvore não era bom para comer. Apenas tinha dito que eles não deveriam comê-lo. E até o disse com um aviso das consequências: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” Gén. 2:17. Mas o que Deu s não disse foi a razão para a Sua ordem. Ele disse “o quê”, mas não disse o “porquê”. Era um teste para a fé.
A informação omitida tornou-se a charneira sobre a qual deveriam urgir a obediência ou a desobediência. Perante o desafio da serpente e a inexplicada ordem de Deus, Eva tem que decidir em quem acredita. Ela pode tomar Deus à letra e obedecer, ou pode duvidar da veracidade divina e desobedecer. Mas ela tem que fazer uma coisa ou outra.

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